おほもと Oomoto
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Um brasileiro sentindo o Uta Matsuri

por Paulo Takeshi Fujimoto

Em meados de setembro de 2007, durante a visita do Asai-sensei e do Naruo-sensei ao Brasil, recebi através deles o convite da Sede Central da Oomoto para um curso cuja duração seria de 1 ano.

Na hora que eu ouvia o convite, não sabia o que sentir. Era uma mistura de incredulidade e surpresa. Mas, pelo longo período que deveria permanecer fora do Brasil e das possíveis oportunidades que poderia perder na área da Psicologia, recusei o convite.

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Utagaki com poemas das autoridades do Egito, Jordânia, Palestina e Israel

Meses se passaram e um novo convite foi formulado e o curso teria duração de 5 meses e mesmo participando desse curso, ao final deste, eu não teria vínculos empregatícios com a Oomoto. Mais uma vez fiquei muito surpreso com a proposta e aceitei o convite.

Cheguei ao Japão no dia 9 de abril. Sentia saudades do Brasil que parecia cada vez mais distante. Tive certeza que estava do outro lado do mundo quando pisei em Kameoka, na Sede Central da Oomoto. Era de noite, estava muito frio e nessa hora, senti o cansaço da longa viagem.

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Mai-hime realizando a purificação – um dos momentos mais emocionantes da cerimônia

No dia seguinte, participei da Missa Matutina e posteriormente da Oração pela Paz Mundial. Fiquei emocionado ao saber que todos os dias aqui no Japão, todos os funcionários da Oomoto dedicam parte do seu tempo rezando pela Paz Mundial.

Outro fato que me emocionou bastante foi quando me encontrei com a Quinta Guia Espiritual da Oomoto, Mestra Kurenai Deguchi, que no Brasil é conhecida carinhosamente por “Helena-sama”. Foi um encontro muito cordial e alegre, levamos a nova edição do Oomoto Sanbika – Hinário da Oomoto para ela, já que é a primeira obra editada no Brasil e impressa aqui no Japão.

Folheando o livro, a Mestra observou que havia hinos em português e pediu para que eu cantasse um. Foi muito emocionante já que ela ouvia silenciosa e atentamente. Ao terminar, ela abre um sorriso e bate palmas dizendo que era muito bonito.

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Roeisha – Cantores de ambos os sexos entoando os uta oferecidos, sendo acompanhados pelo som do tambor-de-arco e do yakumokotô

Um dos motivos pelo qual fui convidado a vir ao Japão é assistir ao Uta Matsuri ou Festival de Uta, uma cerimônia milenar do Japão que foi esquecida no tempo e resgatada pelo Santo Mestre Onisaburo Deguchi na década de 1930.

No Brasil, quando via imagens ou até mesmo trechos dessa cerimônia em vídeo, não entendia muito bem, não sabia a profundidade desse ritual.

Logo nos primeiros dias aqui no Japão, fui convidado a assistir o Uta Matsuri na nova Sede da Oomoto em Tóquio. No dia não estava bem de saúde, me sentia muito indisposto e logo após ouvir a primeira nota da flauta, esse mal-estar foi embora.

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Autoridades do Egito, Jordânia, Palestina e Israel com seus uta em mãos momentos antes do abraço memorável

Assisti toda a cerimônia e mesmo não compreendendo o japonês, sentia a grande energia que pouco a pouco foi dominando todo o lugar. É totalmente maravilhosa e em alguns momentos tive que conter a emoção e não cair em lágrimas. Os oficiantes cantando os poemas vindos de várias regiões do Japão, cantando poemas em inglês, Esperanto, e o mais impressionante, cantando os poemas enviados pelos embaixadores do Egito, Jordânia, Palestina, e Israel, todos em suas línguas natais.

É tão belo o festival que a todo instante desejava que todos os brasileiros estivessem comigo sentindo tudo o que estava sentindo. Esse festival é de tal grandiosidade que até agora não consigo descrever tudo o que foi possível sentir. Acredito que até mesmos as autoridades do Egito, Jordânia, Palestina e Israel sentiram essa grande alegria que no final eles emocionaram todos os presentes abraçando-se e dizendo que não são inimigos e sim, vizinhos.

Era possível ver pessoas na platéia chorando emocionados e felizes, não acreditando no que seus olhos viam, vendo que a Paz Mundial tão desejada ao longo do festival, era possível de ser concretizada.

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Mestra “Helena” Kurenai Deguchi, a Quinta Guia Espiritual da Oomoto, com a camiseta assinada pelos meus amigos brasileiros

Após o término do Uta Matsuri entendi o porquê a Terceira Guia Espiritual da Oomoto, Mestra Naohi Deguchi, disse que tal cerimônia é tão importante quanto a Grande Missa de Setsubun, a missa na qual todos os pecados são purificados.

Em 2010 será realizado pela primeira vez o Uta Matsuri no Brasil, até lá muito deve ser providenciado e um deles será o de transmitir aos brasileiros a beleza desse festival.

Hoje, muitos no Brasil já sabem da organização dessa grande atividade e muitos se sentem imensamente honrados, felizes e motivados para organizá-la da melhor maneira possível e aguardam ansiosamente por mais uma visita da Quinta Guia Espiritual da Oomoto, Mestra “Helena” Kurenai Deguchi.


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